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SÃO TANTOS OS TEMAS IMPORTANTES E INTERESSANTES NA ÁREA... SE NO PRIMEIRO SEMESTRE DE 2012 PROPUS UM RECORTE EM TORNO DA ALFABETIZAÇÃO/ LETRAMENTO, DE SETEMBRO 2012 A FEVEREIRO 2013 A QUESTÃO FOCAL FOI A PRIMEIRA INFÂNCIA. ASSIM SENDO, A PARTIR DE ENTÃO O PAPO VAI SER OUTRO... TECNOLOGIA E EDUCAÇÃO - PODE? APROVEITEM! =)



quinta-feira, 4 de abril de 2013

Educação 3.0 – afinal, do que estamos falando?


Ainda na busca de partilhar o GEDUC, trago aqui minhas anotações e reflexões a partir da interessante fala do americano Jim Legel, intitulada “Educação 3.0 – quais os novos desafios para a gestão?”.

Legel começa contextualizando historicamente aquilo que todos sabemos e muitos esquecem: de que a Educação, como prática social, não pode ser descolada dos modos de ser, agir e pensar da sociedade em que está inserida. Neste caminho, sinaliza que antigamente crianças moravam nos campos ou pequenos povoados; brincavam ali mesmo, ao ar livre; estavam cercadas das mesmas pessoas na escola, nas ruas, nas situações de convívio social; e se utilizavam de rudimentares instrumentos, sejam em suas ações de brincar, de estudar/aprender, ou nas tarefas laborais de ajuda familiar. Embora algumas frequentassem a escola, seus maiores aprendizados eram no seio familiar e na comunidade, transmitidos por experiência e tradição oral, de geração para geração. Era uma sociedade e uma Educação consideradas 1.0 – ie, tudo se circunscrevia num mesmo universo.

As duas Grandes Guerras trouxeram mudanças no mundo e fizeram com que as pessoas também mudassem seus modos de viver. Sobretudo a Revolução Industrial abriu as portas das fábricas e assim homens e mulheres saem de seus microcosmos e passam a fazer trabalhos repetitivos, em outros lugares que não mais suas casas/propriedades. Trabalhavam geralmente sozinh@s, supervisionad@s de perto, com ferramentas específicas e pouca conexão com o mundo exterior, pouca troca. Na escola, a Educação também buscou formar grupos homogêneos, fazendo as mesmas tarefas, repetitivas, centradas na supervisão direta d@ professor(a).  Os instrumentos de trabalho eram semelhantes aos de alguns setores do mundo do trabalho: mesas, papel e lápis. Era uma sociedade e uma Educação consideradas 2.0 – ie, as experiências de vida privada e de trabalho se circunscrevem em dois universos.

Hoje, os ambientes de trabalho mudaram: cabe aos robôs os trabalhos repetitivos e desconectados, pois as pessoas se debruçam sobre problemas nunca vistos/vividos antes e se agregam em pequenos grupos na busca de uma solução conjunta para estes. As informações vêm de diferentes recursos, pulverizadas – e isso requer que a comunicação seja ampla, intensa e ágil. É a sociedade 3.0 – cujas experiências se consubstanciam através de conexões em rede por todo o mundo.

Mas será que a Educação, então, acompanhou estas mudanças? Grosso modo, as propostas pedagógicas ainda são estruturadas em cima da ideia de as crianças estarem fazendo todas as mesmas coisas, ao mesmo tempo.  Ainda que muitas vezes em pequenos grupos, têm majoritariamente pouca conexão exterior, continuam usando lápis, papel e mesas enfileiradas, supervisionadas de perto por seus/suas professor@s...

Verdade constatar que os sujeitos da escola não estão felizes! Há uma clara distância entre o “modelo” da sociedade e dos estudantes em suas vidas privadas (3.0), e aquele ambiente da escola e a realidade pedagógica d@s professor@s (2.0).

A problematização do Prof. Legel se consolidou em cima das perguntas: está esta escola favorecendo a formação de cidadãos para agirem no mundo contemporâneo? Como reverter isso?

Defende o palestrante que se busque oferecer uma Educação que apoie a formação de pequenos grupos a partir de seus interesses e identidades; com muitas conexões com o mundo exterior, com propostas multitarefas, envolvendo um largo círculo de pessoas na busca de resolução de problemas, utilizando ferramentas digitais. A escola, segundo defende, deveria se parecer mais com os ambientes de trabalho colaborativos, com trocas digitais e não mais focadas na (oni)presença d@s professor@s.

Ironiza dizendo que @s professor@s ainda entram em pânico com a ideia de ter uma turma cheia de laptops – imaginem uma turma criando robôs!? São enfrentamentos necessários a tod@s aquel@s que se propõem a favorecer a formação dos sujeitos contemporâneos. E, assim, lista 3 aspectos que considera imprescindíveis às mudanças:
i)                    tod@s @s envolvid@s têm que ter/aprender a usar os equipamentos que @s estudantes usam!
ii)                   professor@s têm que poder participar também de todo o processo pedagógico – desde a construção do PPP até quaisquer outras decisões, num processo de gestão participativa (caso contrário, ele continuará num ritmo de trabalho fabril...)
iii)                 tod@s têm que QUERER mudar, e ir na direção da mudança coletiva e colaborativamente.

E os familiares? Têm que perceber que esta mudança pedagógica será sempre melhor para seus filhos e suas filhas pois el@s vêm para casa mais felizes, motivad@s, a fim de fazer suas tarefas/desafios...

Que assim seja! J

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